terça-feira, junho 26, 2007

Com dois candelabros ao estilo gótico -logo ridículo, dois pares de mãos exploram terras à procura do local onde se abrirá o buraco negro onde o tempo é infinito.
Dois pares de mãos em plástico executam a morte assistida, no cubículo ornado com azulejos pálidos, a cor da morte.
Os gemidos agudos que assombravam o sentimento, que afastavam o sono para a dor alheia desapareceram num suspiro...assim, quebrou uma rotina que se perdia em dúvidas silensiosas num reino desfeito.
A morte não faz mal nenhum a quem morre, mas a quem vive.

quarta-feira, junho 20, 2007

Os cientistas de plástico, criam árvores de cobre onde se penduram avisos de consumo.

Os cientistas fumadores, fazem audições para transplantes voluntários de sanidade mental.

Os cientistas oradores, lançam farpas de gosma lírica para agravar a calamidade da razão impura.

terça-feira, junho 12, 2007

(I)REAL POLITIK

(…)
E se nós fôssemos todos Abstractos
exilados na nossa própria concreção
Michel Camus



Gravemente feridos pelos direitos e obrigações das construções e outros venenos, os lobos não fizeram greve. O ataque aos coelhos e roedores é somente luta pela sobrevivência e com certeza que algum animal doméstico que esteja de piquete servirá de banquete.
*

Um cubo de açúcar foi beatificado pelo Pastor Adoçante da Igreja dos Doces do Apocalipse Corante e Conservante. Parece que andava amargo com a ortodoxia da oposição interna.
*

Depois de se ter implantado a calma em 1000 censores, foram plantadas 10 árvores nos tabiques que limitam a sua área de autoridade.
*

Foram dizer aos madeireiros que comprei uma moto – serra, mas esqueceram-se dizer o que me parece essencial: pedi factura.
*

Adoptei um animal doméstico – é um muro – que no sentido lato, consolida o eco do ego e no sentido restrito, acumula a redundante ressonância.
*

A flexissegurança ou fexi-segurança, substitui o maneirismo da lei do trabalho, na mesma medida em que o Sudoku substituiu as Palavras Cruzadas.
*