segunda-feira, julho 31, 2006

A Guerra Iluminista

Em Portugal o confronto ideológico da guerra é estranho. Socorro-me de Sampaio Bruno em A Ideia de Deus para classificar a coisa: Temos os intelectuais conservadores de direita ao lado dos judeus, e temos os intelectuais progressistas de esquerda ao lado dos muçulmanos.
Católicos e laicos, capitalistas e nacionalistas da economia encontraram mais um motivo para uma apaixonada discussão sobre o sexo dos anjos.

Tribuna de Lata

A elite da escrita douriense, neste caso reguense, criou uma revista aqui aos anos, chama -se Tribuna Douro. Até a consigo de borla numa Câmara Municipal, mas a revista só chega lá caso publique alguma notícia sobre o município, ou seja, é uma revista onde as noticias se misturam com propaganda local. Depois têm crónicas e alguma ficção para entreter durante uma passagem mais prolongada pela casa de banho, ora não fossem quase todos os escribas poetas, daquela poesia que é apenas um somatório de palavras bonitas cheias de nada para descrever a patologia da casta Touriga Roriz e o amor de mãe. Claro, têm uma entrevista, com perguntas dignas da qualidade de uma revista como a TV Guia onde o entrevistado é transformado num herói nacional, um ser magnífico com qualidades fora do alcance do mais comum dos mortais. Trata-se pois de uma revista pobre, agarrada ao que mais de mesquinho existe nos intelectuais dourienses, que nunca se fartam de trabalhar o óbvio e o esperado. A tradição cultural por estas bandas è de que por se ser douriense tem-se que escrever sobre o douro, fotografar ou pintar as montanhas. Redundante e chato.

quinta-feira, julho 20, 2006

Agora sim, o mundial

Nunca achei que fosse muito patriótico por a bandeira na janela. Aquilo não é a bandeira da nação, mas sim a bandeira de uma equipa de futebol. O futebol é um jogo estúpido com 22 malucos atrás de uma bola, e eu gosto. Gosto ainda mais que o meu clube, durante todo o ano, ganhe. Quanto á equipa das quinas, gosto que ganhe, mas não tanto quanto gosto das vitórias do meu clube.
Porque é só um jogo.
Mas a equipa de futebol da nação, foi sobretudo um produto de marketing, assim como todo o patriotismo associado. Aquelas empresas (têm lucros astronómicos quando o estado e os adeptos estão em crise), que criaram este ambiente tiveram um retorno do investimento, ou seja, lucraram com a marca Portugal. Todos fomos o público-alvo de uma estratégia comercial ganhadora, o segmento total do mercado nacional.
Afinal, não é só um jogo.

Férias

Por esta altura, milhares de almas viajam até ao litoral em busca de um merecido descanso depois de um ano de trabalho. As localidades junto ao Atlântico, sobretudo a sul, enchem-se de gente das mais variadas origens numa espécie de transumância. Talvez haja um processo químico natural que provoque este típico comportamento, julgar que o trabalho, a carteira, o ego e tudo mais que preenche o nosso pensar se esvanece com o bronzeado do corpo.
Muitas vezes estamos fartos disto e daquilo, precisamos de parar, de mudar de ares e viajamos como se isso por si só fosse um remédio santo para o stress e outros problemas da vida moderna. Mas a verdade é que na maior parte das vezes estamos fartos de nós próprios, e o que realmente procuramos é esquecermo-nos por umas semanas daquilo que somos e fazemos.
Outros aproveitam este período para ler, alguns ilustres até referem em jornais, revistas e rádios que livros levam para férias, como se ler um livro tivesse uma época especial, como a época especial de caça á codorniz.

quarta-feira, julho 19, 2006

Ecolixo

De "Oh, meu Deus, não!" para "sim, estamos óptimos"

Alimentada pela psicose POP das crises e dos défices, eis que as livrarias foram assaltadas por literatura económica e suas afinidades. Os editores, sempre atentos às modas, não perderam tempo. Embalados em capas berrantes, títulos de pasmar, colocação num local bem visível(tipo disputa num supermercado ou farmácia pelo local "mais à mão") aí está: comprem!
O que se vende é menos importante do que como se vende.
Quanto aos livros, pouco ou nada debitam na conta do activo do nosso conecimento. Ora o autor é muitas vezes designado como o guru de qualquer coisa e o conteúdo confirma: trata-se de trazer para as ciências económicas o mesmo blá-blá dos livros da psicologia light à venda nas melhores bombas de gasolina.

segunda-feira, julho 17, 2006

Guerra é Guerra


De facto, na guerra vale tudo e mais alguma coisa, até arrancar olhos. Por esta altura, no sítio do costume, onde a religião é o òpio do povo, andam bombas no ar, no chão, em civis, em anjos e em sangue. O normal, não fosse um pequeno acontecimento extravagante a estremecer este orgulhoso conflito. Então não é que a comunidade gay daquelas bandas decidiu organizar uma orgulhosa parada em Jerusálem!? Logo em Terra Santa! Válha-nos Deus, seja ele quem for, nacionalidade, cor, raça, clube de futebol ou isento de impostos. E de facto assim foi: nunca como antes os lideres religiosos de todos as etnias e feitios daquele médio oriente se uniram na condenação de tamanha provocação e modernices esquizitóides.
Guerra sim, homosexualidade nunca. Que venha outro holocausto ou outra bomba atómica, tudo menos estes e estas anormais que ainda por cima são pacifícos.
O mundo não está louco, mas eu começo a ficar...