terça-feira, maio 15, 2007

Insónia

Alguém nos habita
Apesar de nós
Alguém cujas palavras
São os nossos silêncios
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Escreves para produzir um pouco de ruído
Para ouvir passar a tua vida

Jean-Louis Giovannoni


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Palavras desprevenidas na desordem fútil que suporta o que acontece.

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Não, esfinge de olhos amarelos. Fui eu que arranquei as ervas daninhas, eu disse que o estrume dos animais que te aconselham iriam fazer com que elas crescessem. O meu caminho está limpo, são os escribas que me atormentam e não a tua hostil opinião sobre a vegetação do meu jardim. Não adianta desviares o olhar quando me vês a falar com as árvores, organizar conspirações e guerras com os ventos, eu sei que estás aí.

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Desconheço qual é o meu ascendente, astrologicamente falando, ou melhor – escrevendo! Não quero saber o que os astros a montante me destinaram a jusante. Não acredito em extraterrestres, celestes ou marcianos. A não ser que Darwin seja o criador do horóscopo.
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Agora a sério:


  • O General estrábico queria que eu o mutila-se depois de fazer um transplante ao cotovelo. Eu disse que aos fins-de-semana não vou ao médico.

  • Duas mães ofereceram uma ratoeira, com a condição de não comer aos ratos que lá caíssem. Aceitei. Não gosto de comer animais que não estão em vias de extinção.

  • Uma borboleta tocou-me. Eu olhei para ela, tropecei e caí. Ela riu-se. Eu espanquei-a até que vomita-se a lagarta que vivia dentro dela. As mais belas borboletas são feias por dentro.

  • Dei uma cabeçada numa árvore, ela começou a resmungar. De seguida um cão mijou nela, e ela não disse nada. Perguntei-lhe porquê, ela respondeu que não gosta de Hipopótamos.

1 comentário:

josé artur campos disse...

Eu gosto de hipopótamos.